#CoisasDeCalambau
por: Murilo Carneiro
Autor: Tadeu Carneiro Peixoto
Silêncio
profundo!
Apenas o deslizar de um barco
Navegando, navegando de mansinho
Enquanto seus ocupantes emocionadosApenas o deslizar de um barco
Navegando, navegando de mansinho
Prendem a respiração ante a calmaria
Onde o vento se aquieta como que
Respeitando a manhã deste novo dia.
O sol, este astro que vem surgindo
Neste romper de aurora tão lindo,
Deixa extasiados os homens rudes
Que ocupam o pequeno barco sorrindo...
A relva fresca que margeia o rio
Exala o perfume do mato ralo
Onde o rio faz curvas com tanto brio,
No despertar deste dia ainda tão frio...
E continua o barco, deslizando com remos lentos
Enquanto se emaranham os pensamentos.
De repente, um barulho vem se aproximando...
O que será? Perguntam todos ansiosos!
São indígenas,vamos aportar.
Encostam o barco com aflição
Pois querem conhecer a nova criatura
Esta nova aparição, neste longínquo rincão...
Passa-se o tempo e com ele nasce um lugarejo
Cercado de morros e banhado por um rio
Tão lindo,cheio de curvas, e
Que hoje acalenta sonhos e desejos.
Quisera estar lá, também, naquela manhã tão linda
Que julgo ter acontecido, embora
Tenha sido um sonho lindo.
Mas, hoje aqui venho de vez em quando,
Para mostrar que não foi em vão
A descoberta deste lugar sagrado,
Que estará sempre guardado em meu coração.
É um lugar tranquilo e sereno
Onde reina a pura honestidade,
Onde canta a passarada no mato ralo
Pelo canto do tico-tico, do sabiá e do pica-pau;
E por ser tão natural, eu orgulhosamente o chamo
De "Meu Querido Calambau!"...
